Alcolumbre relata pressão e alerta Gleisi sobre CPI do INSS
Davi Alcolumbre e Gleisi Hoffmann discutem instalação da CPMI sobre fraudes no INSS, enquanto o presidente do Senado se opõe ao colegiado. A ministra alerta para riscos de atrasos nas investigações e ressarcimentos aos beneficiários.
Conversa entre Davi Alcolumbre e Gleisi Hoffmann
No dia 15 de março, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), se reuniu com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para discutir a CPMI que investiga descontos indevidos a aposentados e pensionistas do INSS.
Alcolumbre destacou a pressão para a instalação da CPMI, mencionando que o alto suporte de parlamentares, incluindo da base governista, sugere que não poderá impedir sua implementação.
Apesar disso, mantém sua posição contrária e pode atrasar o início dos trabalhos. O requerimento precisa ser lido em uma sessão do Congresso, prevista para 27 de maio.
A postura de Alcolumbre se baseia na crença de que colegiados investigativos sobrecarregam a pauta do Congresso, desviando atenção de temas prioritários.
Antes do encontro, Gleisi assistiu ao ministro da Previdência, Wolney Queiroz, na CTFC do Senado, o que a fez cancelar sua presença em uma comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Queiroz apresentou o esquema de fraudes no INSS e vinculou o início dos descontos a ações do governo de Jair Bolsonaro. O desempenho positivo levou lideranças da base a apoiarem a CPMI.
Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, defendeu que a instalação da CPMI não deve ser adiada e pleiteou cargos de liderança para governistas.
Por outro lado, Gleisi se opôs à CPMI, argumentando que isso poderia interferir nas investigações policiais e atrasar o ressarcimento aos beneficiários. Ela ressaltou que a duração da comissão, prevista para seis meses, poderia impactar nas investigações em andamento.
Segundo Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado, a mudança de postura do governo era esperada e faz parte de uma estratégia já vista em outros casos.
Portinho afirmou estar preparado e apoiar a abertura da CPMI, indicando que a oposição está disposta a ocupar suas posições nela.