Ausência de Bessent e tensões com Brics devem ofuscar reunião do G20 na África do Sul
Tensões comerciais e a ausência do secretário do Tesouro dos EUA podem prejudicar a eficácia do G20. Especialistas alertam para riscos à viabilidade do grupo em meio a disputas tarifárias e crescentes incertezas políticas.
JOANESBURGO (Reuters) – A reunião dos chefes financeiros do G20 em Durban, na África do Sul, é ofuscada por ausências e tensões políticas.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, não comparecerá novamente, o que já havia acontecido na reunião de fevereiro na Cidade do Cabo. Isso levanta dúvidas sobre a capacidade do G20 de enfrentar desafios globais urgentes.
Josh Lipsky, do Atlantic Council, afirma que a falta de representação da maior economia do mundo é problemática e levanta questões sobre a viabilidade do G20 a longo prazo. Ele sugere que os EUA buscam um G20 mais enxuto com planos para um retorno ao básico no próximo ano.
O presidente Donald Trump implementou tarifas punitivas em diversas importações, com taxas específicas elevadas sobre aço, alumínio e automóveis. As novas tarifas sobre 25 países, incluindo o Brasil, devem entrar em vigor em 1º de agosto. A ameaça de mais tarifas aos países do Brics complica ainda mais a situação.
O vice-governador do Banco da Reserva da África do Sul, Fundi Tshazibana, destaca que a incerteza política é a principal preocupação no momento.
O G20 surgiu para coordenar políticas em resposta a crises, especialmente após a crise financeira global dos anos 2000, mas a atual postura de Trump, que prioriza uma economia global fechada, traz novos desafios ao grupo.