Câmara adia urgência de PL que pode aumentar número de deputados
Câmara adia votação de projeto que redistribui deputados federais em meio a intensos debates sobre proporcionalidade e custos. Discrepâncias entre bancada paulista e outros estados levantam preocupações sobre a viabilidade da proposta.
A Câmara adiou a votação do requerimento de urgência do PLP 177/2023, que redistribui o número de deputados federais. A nova reunião está marcada para terça-feira (6 de maio).
A principal controvérsia gira em torno da bancada paulista, que passaria de 70 para 111 deputados. Críticos apontam que a mudança não respeita a proporcionalidade. Paulo Bilynskyj (PL-SP) declarou:
- “São Paulo tem 20% da população, mas apenas 10% da representação.”
- A bancada deveria ter 140 membros, mas possui apenas 70.
Por outro lado, há preocupação com o aumento de despesas públicas. Joaquim Passarinho (PL-PA) afirmou:
- “513 deputados já são muitos. Quanto isso custa ao povo?”
Com a aprovação da urgência, o texto pode evitar a análise nas comissões temáticas. O relator, Damião Feliciano (União Brasil-PB), planeja aumentar o total de congressistas de 513 para 527, preservando as bancadas de Estados com populações em declínio.
A proposta original da deputada Dani Cunha (União Brasil-RJ) respeitava o total de 513 deputados, em conformidade com uma decisão do STF que pede a redistribuição com base no Censo de 2022.
Custo dos deputados: cada deputado custa R$ 273.633,03 por mês. O acréscimo de 14 novos deputados representa um custo adicional de R$ 46,2 milhões, correspondendo a 2,74% do custo total da Câmara.
Damião informou que a Câmara está estudando como conter gastos para compensar esse impacto, que ainda está em análise.