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Clima extremo, praga no pomar e Fittipaldi: como nosso suco de laranja dominou os EUA

O sucesso do suco de laranja brasileiro nos Estados Unidos enfrenta novos desafios com o aumento das tarifas impostas pela administração Trump. Apesar de ser responsável por uma fatia significativa das importações americanas, a citricultura nacional pode sofrer com a dependencia e a incerteza do mercado.

Em 1993, o piloto brasileiro Emerson Fittipaldi venceu a prova das 500 Milhas de Indianápolis pela segunda vez, optando por um suco de laranja em vez do tradicional leite, simbolizando a força da citricultura brasileira nos EUA. Agora, essa força enfrenta riscos com o tarifário de Trump.

A citricultura brasileira sempre buscou o mercado externo desde a década de 1960, com foco nos EUA. Apesar de oscilações, a virada dos anos 1990 foi crucial. O greening cítrico e furacões na Florida devastaram a produção americana, permitindo que o Brasil se tornasse uma potência de sucos, com participação de 80% a 90%.

Em 2025, o Departamento de Agricultura dos EUA alertou para a produção mais baixa em um século, deixando os consumidores dependentes das importações brasileiras. Dados mais recentes mostram que o Brasil fornece 42% do suco de laranja importado pelos EUA.

O balanço do Cepea indicou que a safra brasileira 2024/25 teve o menor volume de suco exportado desde 1997, mas a receita alcançou um recorde de US$ 3,48 bilhões, com um crescimento de 28,4% em relação à safra anterior.

No entanto, alguns agentes do mercado expressaram preocupações sobre a demanda internacional não se restabelecer, devido à estagnação do consumo e aos aumentos tarifários do governo Trump.

A safra na Flórida para 2024-2025 totalizou 14,52 milhões de caixas, uma queda de 28,5% em relação ao ano anterior e 75% comparado a cinco anos atrás. A produção de laranja foi a maior, mas ainda assim caiu 32,7% em relação à safra anterior.

Esse domínio brasileiro enfrentou resistência. Em 2007, o governo dos EUA impôs um imposto de 25% sobre o suco congelado brasileiro, alegando dumping, mas o Brasil contestou isso na OMC e obteve uma decisão favorável em 2011, derrubando a tarifa.

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