Em alegações finais, PGR pede condenação de Bolsonaro e generais por trama golpista

Procuradoria-Geral da República pediu, nesta segunda-feira (14), a condenação de Jair Bolsonaro e de seus ex-ministros por envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado.

O procurador Paulo Gonet afirmou que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento do plano, mas também liderou as articulações. A pena acumulada pode chegar a 43 anos de prisão.

Segundo a PGR, o grupo, composto por figuras-chave do governo e Forças Armadas, buscava deslegitimar as eleições de 2022 e prejudicar as instituições democráticas.

O procurador explicou que a denúncia tem base em provas documentais, e a tentativa de golpe não se concretizou devido à fidelidade do Exército e da Aeronáutica à Constituição.

As alegações finais trazem argumentos da denúncia original e novas informações coletadas. Agora, a defesa dos réus, todos negantes de envolvimento, deve se manifestar.

O documento foi enviado à 1ª Turma do STF, e a PGR classificou Bolsonaro e o general Braga Netto como líderes de uma organização criminosa com inclinações autoritárias.

Entre os crimes atribuídos a Bolsonaro, a PGR alegou que ele alimentou a desconfiança nas instituições desde 2021, articultando estratégias para deslegitimar o processo eleitoral.

O procurador destacou que Bolsonaro utilizou o aparelho estatal para atacar instituições e propagar narrativas falsas, incentivando a ruptura democrática.

No interrogatório, Bolsonaro negou responsabilidade pelos atos de violência em Brasília, atribuindo culpa a outros, mas a defesa não refutou as evidências de uma estratégia sistemática visando a instabilidade.

A PGR também pediu a condenação do delator Mauro Cid, que tinha uma participação relevante nas reuniões com militares, mesmo com a possibilidade de colaboração premiada.