Em resposta pragmática a Trump, STF e Gonet aceleram processos sobre trama golpista
STF e PGR reafirmam compromisso com investigações da tentativa de golpe no Brasil. Apesar das pressões externas, cronograma para julgamento de réus se mantém inalterado.
O Judiciário brasileiro reagiu à carta de Donald Trump nesta segunda-feira, 14. O Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu testemunhas de acusação do Núcleo 2 da t tentativa de golpe de Estado no Brasil.
À noite, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou alegações finais sobre o Núcleo 1, recomendando a condenação de Jair Bolsonaro por cinco crimes. Gonet afirmou que o ex-presidente instrumentalizou o aparato estatal em um esquema de ataque às instituições.
Ainda que a carta de Trump não tenha sido mencionada, o recado é claro: o Judiciário não interromperá as ações penais relacionadas à trama golpista.
O calendário de julgamentos continua. O relator, ministro Alexandre de Moraes, deve concluir seu voto sobre o Núcleo 1 em agosto, com o julgamento final dos réus em setembro. A expectativa é de condenação para a maioria dos réus, incluindo Bolsonaro.
Julho será um mês de recesso sem férias no STF, com depoimentos das testemunhas do Núcleo 2 e, na próxima semana, do Núcleo 3.
No domingo, 13, o ministro Luís Roberto Barroso divulgou uma carta em resposta a Trump, reiterando que o Judiciário está ao lado de quem trabalha pelo Brasil. Ele sublinhou que o STF continua firme em sua atuação.
Pouco antes da manifestação de Gonet, o subsecretário Darren Beattie afirmou que Trump está "acompanhando de perto" a situação no Brasil. No entanto, na condução dos processos sobre o golpe, nada mudará.
A expectativa é que os atritos com os EUA aumentem até o julgamento de Bolsonaro, previsto para setembro.