Indústria extrativa multiplica por 6 fatia no PIB em 3 décadas; construção cai pela metade
Indústria extrativa se destaca no PIB enquanto construção e transformação perdem espaço. Desafios como altos juros e investimentos limitados impactam o crescimento do setor.
Indústria extrativa no Brasil tem visto um crescimento significativo, aumentando sua participação no PIB de 0,7% em 1995 para 4,2% em 2024, conforme dados do IBGE.
Em contraste, a construção caiu de 7% para 3,6%, enquanto a indústria de transformação também perdeu participação, passando de 16,8% para 14,4% no mesmo período.
A indústria extrativa foi impulsionada pela demanda aquecida e pela valorização de commodities. A extração comercial do pré-sal começou em 2008, promovendo um aumento no investimento.
O baixo investimento em infraestrutura e as turbulências no mercado imobiliário impactaram negativamente a construção. Juros altos também encareceram financiamentos, contribuindo para a perda de participação no PIB.
A soma da participação da indústria no PIB caiu de 27% em 1995 para 24,7% em 2024. Nesse mesmo período, a participação do setor de serviços aumentou de 67,2% para 68,8%, e a agropecuária cresceu de 5,8% para 6,5%.
O economista Gustavo Inácio de Moraes comenta que a desindustrialização no Brasil não é única, mas ocorreu em um nível de renda per capita mais baixo.
A indústria de transformação enfrentou um recuo de 17,2% em 1995 para 10,8% em 2024, devido a fatores como juros altos e a complexidade tributária do Custo Brasil.
O governo Lula busca impulsionar a indústria, mas analistas alertam para desafios, como os juros altos e incertezas externas.
Especialistas sugerem que o Brasil explore nichos, especialmente na área de transição energética, e enfatizam a importância de reduzirem custos produtivos e melhorarem a educação para capacitar a mão de obra.