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O valor da independência do Fed: postura de cautela se deve, em parte, às atitudes de Trump

A crítica de Trump ao chairman do Fed destaca a tensão entre política e autonomia monetária. Especialistas alertam para os riscos de decisões de juros influenciadas por interesses políticos.

Donald Trump criticou novamente o chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, com um recado mal-educado sobre as taxas de juros. Ele afirmou que os juros nos EUA deveriam estar em 1% ao ano.

Os juros atuais estão entre 4,25% e 4,5%, um nível adequado para o momento, mas que Trump considera alto. Sua demanda por uma redução drástica dos juros não se concretizará.

A postura cautelosa do Fed se deve às incertezas sobre as tarifas comerciais impostas a 185 países, com efeitos ainda não percebidos na inflação e na economia.

Em junho, o número de empregos criados ficou acima do esperado, indicando atividade econômica em alta.

O mercado espera três cortes na taxa de juros ainda este ano, com a próxima decisão marcada para o dia 30. Trump pode usar a eventual redução como uma vitória pessoal.

A missão do Fed é controlar a inflação e assegurar a estabilidade econômica a longo prazo. Preside a autoridade monetária está exposto a pressões e críticas, como ocorreu com Pau Volcker na década de 1980.

Em 2026, quando terminar o mandato de Powell, Trump poderá escolher um novo chairman. Se optar por alguém que siga suas vontades, isso poderá levar a uma politização dos juros, o que historicamente não funciona.

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