Opinião | Janja não foi criticada por misoginia, mas pela suspeita de pedir censura a uma ditadura
Primeira-dama enfrenta críticas por tentativas de justificar sua postura em encontro com Xi Jinping. O debate sobre a regulamentação das redes sociais no Brasil revela tensões entre liberdade de expressão e controle político.
A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, defendeu suas ações na semana passada durante a abertura da Semana Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes no TCU. Ela comentou sobre sua conversa com o ditador Xi Jinping, na qual aparentemente solicitou restrições ao TikTok no Brasil.
Janja alegou ter sido criticada por descumprir protocolos e por misoginia, mas o verdadeiro problema estaria em solicitar ajuda a uma ditadura para controlar uma rede social por motivos políticos, com a anuência do presidente Lula.
A primeira-dama tentou realizar um spin na narrativa, tentando mudar a percepção pública sobre sua posição. Ela enfrenta dificuldades em lidar com críticas, e seu governo acredita que a discussão nas redes sociais prejudica sua imagem.
Debates sobre regulamentação das redes sociais estão sem consenso, questionando quem faria o controle e como garantir a isenção política. O conceito de verdade é fluido na política, com grupos de poder disputando narrativas.
O bolsonarismo se apresenta como defensor da liberdade de expressão, mas isso é visto como oportunismo, dada sua ligação com práticas de censura do passado. A esquerda perdeu espaço nesta bandeira para a direita.
Janja tem o direito de se defender e afirma lutar pelos vulneráveis, mas seu flerte com ditadores levanta questões sobre sua compatibilidade com valores democráticos.