Por que Trump decidiu focar guerra tarifária na China - e o que pode acontecer agora
A intensificação das tarifas imposta por Trump à China reflete uma estratégia maior de contestar o modelo econômico global atual. A negociação entre as duas potências pode redirecionar a dinâmica do comércio internacional e trazer sérias implicações para a economia global.
A guerra comercial do presidente Donald Trump agora se concentra em uma arena definida: Estados Unidos x China.
A pausa de 90 dias nas tarifas "retaliatórias" deixa uma tarifa universal de 10% no restante do mundo, mas a China enfrenta uma retenção de 125%, após impor uma taxa de 84% sobre produtos americanos. Trump considera esta atitude uma "falta de respeito".
Para Trump, isso é um assunto pendente de seu primeiro mandato, visando derrubar um sistema de comércio global que favorece a China. Ele afirmou: "Não tivemos tempo de fazer a coisa certa."
Historicamente, o comércio com a China foi visto como positivo, impulsionando o crescimento global e beneficiando multinacionais. No entanto, a teoria de que a riqueza da China levaria a reformas políticas não se concretizou, e o país manteve seu controle autoritário.
A China planeja se tornar uma potência global com o projeto Made in China 2025 e domina atualmente a produção de carros elétricos e baterias.
A guerra comercial de Trump rompeu consensos, sendo mantidas as tarifas por Joe Biden, mas gerando pouco impacto no modelo econômico chinês. Com essa escalada, o futuro do comércio global depende de duas questões:
- Se a China aceitará negociar.
- Se fará as concessões que os EUA buscam.
A visão da China está atrelada a suas exportações e ao seu sistema de partido único, dificultando a redução de barreiras. A terceira pergunta refere-se aos EUA: ainda acreditam no livre comércio?
Se Trump estiver focado em tarifas como um fim em si mesmo, a cooperação econômica pode se transformar em uma luta pela supremacia econômica, anunciando uma nova era de tensões e incertezas.