Rússia diz que precisa de ‘tempo’ para responder ao ultimato de Trump

Kremlin disposto a negociar com a Ucrânia

Nesta terça-feira (15), o Kremlin reiterou sua disposição para negociar com a Ucrânia, mas pediu tempo para responder às declarações do presidente americano, Donald Trump.

Trump deu à Rússia um ultimato de 50 dias para encerrar a intervenção na Ucrânia, prometendo armamentos a Kiev. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que as declarações de Trump são "muito sérias" e que é necessário um tempo para análise.

Peskov criticou a decisão de Washington, afirmando que será recebida por Kiev não como um sinal de paz, mas como incentivo para a continuidade da guerra.

Ele também mencionou que a Rússia abriu propostas para uma terceira rodada de negociações, após duas sessões já falhadas em Istambul.

Desde o retorno de Trump à Casa Branca em janeiro, ele tem pressionado Moscou e Kiev por um acordo de paz. Em sua campanha, prometeu um acordo em "24 horas", mas nos últimos meses expressou frustração com Putin.

Na segunda-feira, Trump declarou estar "decepcionado" com a falta de um acordo e ameaçou implementar "tarifas secundárias" contra aliados de Moscou caso não haja progresso em 50 dias.

A China, principal parceiro comercial da Rússia, reagiu afirmando que "coerção e pressão não resolvem problemas".

Trump e o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, revelaram um acordo para que a aliança comprasse armamentos dos EUA para a Ucrânia, incluindo baterias antimísseis Patriot. Trump destacou que os EUA não farão nenhum pagamento e que serão os aliados que arcarão com os custos.

Desde o início da ofensiva russa, dezenas de milhares morreram e milhões foram deslocados. Putin exigiu a retirada da Ucrânia da Otan e a cessão de quatro regiões, além da Crimeia, condições rechaçadas por Kiev e seus aliados ocidentais.