Saúde e educação tendem a sofrer impacto negativo caso haja retaliação tarifária, diz UBS BB
Impactos das tarifas de Trump podem afetar indiretamente saúde e educação no Brasil. Analistas indicam riscos maiores em caso de retaliação do governo brasileiro, especialmente para o setor de saúde.
Tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, podem impactar marginalmente os setores de saúde e educação no Brasil, segundo análises do UBS BB.
Os analistas Andre Salles, Leonardo Olmos e Eduardo Resende afirmam que os efeitos serão indiretos, como:
- Maior inflação;
- Enfraquecimento da moeda brasileira;
- Menor apetite por investimentos em empresas brasileiras.
O principal risco é a retaliação do governo brasileiro, que afetaria mais as empresas de saúde do que as educacionais. Isso pode provocar:
- Aumento de custos em medicamentos e materiais importados dos EUA;
- Repasso dos custos para clientes individuais e corporativos.
Segundo o grupo Farma Brasil, cerca de 18% das importações de medicamentos do Brasil vêm dos EUA. Num cenário de retaliação, os hospitais estão em melhor posição do que as operadoras exclusivas de saúde para enfrentar o aumento de preços.
Os analistas estimam que os impactos negativos de tarifas recíprocas podem variar de 2,3% a 3,2% dos custos totais para os hospitais. O repasse de custos pode mitigar os efeitos.
O banco adverte que a CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) poderia controlar aumentos, mas isso criaria um desequilíbrio no mercado, afetando severamente as importações.
Se ocorrer uma retaliação, o setor pode negociar uma isenção, considerando a importância do sistema público de saúde para limitar possíveis impactos negativos.