10 vezes em que programa de cultura do governo Lula se ligou a política e eleição

Comitês de cultura nos estados são acusados de favorecer militantes do PT e servir a interesses eleitorais. Ministérios defendem a legalidade do programa e seu suposto afastamento de instrumentalização partidária.

BRASÍLIA - O governo Lula criou comitês de cultura nos estados, com investimento de R$ 58,8 milhões por dois anos, visando mobilizar artistas. No entanto, a iniciativa apresenta conotações políticas.

O Programa Nacional de Comitês de Cultura (PNCC) é vinculado a membros do PT e ONGs associadas a atividades partidárias, com forte ligação aos escritórios regionais do Ministério da Cultura.

Principais pontos:

19 dos 26 escritórios regionais são liderados por membros do PT.
No Paraná, a ONG Soylocoporti, de um candidato a vereador do PT, coordena o comitê com um financiamento de R$ 2,6 milhões.
A ministra Margareth Menezes lançou o comitê com destaque para João Paulo Mehl antes da campanha eleitoral.
Em Amazonas, a ONG Iaja foi fundada por Anne Moura, militante do PT, que usa a entidade para fins eleitorais.
No Rio Grande do Norte, a ONG de Rodrigo Bico, ligado ao PT, receberá até R$ 1,7 milhão e tem histórico de apoio a candidatos locais.

O Ministério da Cultura defende que não há impedimentos para o envolvimento de entidades ligadas a partidos, desde que não incluam membros de Poder. A pasta afirma que o modelo do PNCC promove fiscalização cidadã.