6 em cada 10 estudantes com Fies estão inadimplentes
Taxa de inadimplência no Fies atinge 59,3% em 2024, o maior índice desde sua criação, refletindo a dificuldade financeira dos estudantes. O impacto da dívida de R$ 93,8 bilhões compromete o acesso à educação e a sustentabilidade do programa.
Taxa de inadimplência do Fies atinge 59,3% em 2024, o maior índice desde sua criação. Isso significa que 6 em cada 10 estudantes financiados estão devendo.
A dívida média é de R$ 46.000 por aluno. Dados do FNDE mostram que a dívida total do Fies subiu de R$ 92,8 bilhões em 2024 para R$ 93,8 bilhões em 2025. Em 2015, a inadimplência era de apenas 33%.
Recursos do Fies vêm do orçamento do MEC e de prêmios de loterias. Estudantes que não pagam transferem a conta para a população, afetando o financiamento de outras áreas educacionais.
A adesão ao Fies caiu 88% desde 2015, com apenas 34.000 novos financiamentos no 1º semestre de 2025. O curso mais financiado é direito, seguido por enfermagem e engenharia civil.
O Fies passou por mudanças em 2018, com o fim do período de carência e pagamentos atrelados à renda. Condições que antes eram mais vantajosas tornaram-se mais difíceis para os alunos.
As críticas incluem a inadequação das renegociações, pois estudantes inadimplentes muitas vezes não conseguem pagar a dívida total. A economista Cláudia Costin aponta que, apesar do Fies ampliar o acesso, os desafios persistem na permanência e conclusão dos cursos.
O cenário é preocupante. As reformas não consideram adequadamente as necessidades dos estudantes. Sem uma reformulação efetiva, o Fies pode se tornar insustentável e irrelevante.
Possíveis soluções estão sendo discutidas entre MEC, Tesouro e Casa Civil. Contudo, a Caixa Econômica Federal tem sido criticada por sua inefficiência na gestão do programa.