80 anos após a 2ª Guerra Mundial, Alemanha ainda procura por soldados mortos

Enterro Cerimonioso de Soldados da Wehrmacht

Na floresta próxima a Berlim, 107 soldados da Wehrmacht foram enterrados na semana passada. Estudantes e soldados colocaram margaridas brancas em caixões pretos, enquanto uma banda militar tocava uma canção solene.

Centenas de moradores e parentes assistiram ao evento em silêncio. Os restos mortais pertencem a soldados que morreram nas últimas batalhas da 2ª Guerra Mundial.

A cerimônia faz parte de um esforço contínuo da Volksbund Deutsche Kriegsgräberfürsorge, que trabalha para identificar e enterrar os mortos alemães, 80 anos após o conflito. Muitas das vítimas ainda estão desaparecidas, sem registros de sepultamento.

Martina Seiger, 57 anos, esteve presente, buscando um funeral simbólico para seu avô, Werner Novak, que foi morto aos 21 anos. O processo de localização e identificação dos restos é complicado, tendo muitos soldados sido enterrados apressadamente.

A organização mantém cemitérios para soldados alemães, enfatizando a importância de dar um enterro digno a todos, independentemente do contexto de suas mortes. Wolfgang Bartsch, 83 anos, expressou sua dor por não ter podido enterrar seu pai, que morreu na guerra.

Mesmo com o trabalho do Volksbund, mais de 2 milhões de soldados alemães ainda estão desaparecidos. O Volksbund recuperou e enterrou novamente um milhão de pessoas nos últimos 30 anos.

Apesar de algumas resistências em reabilitar a memória militar nazista, muitos acreditam que esses esforços ajudam a encerrar um capítulo doloroso da história.

Nos últimos eventos, como uma exumação em Ostrołęka, na Polônia, arqueólogos locais colaboraram com a Volkswagen, destacando a declaração de um arqueólogo polonês sobre a humanidade dos soldados: “Essas pessoas também merecem um enterro.”

Muitos, como Bartsch, sentem que o encerramento permanece inalcançado, com muitos soldados enterrados sem um funeral apropriado.