A alternativa ao açaí que pode ajudar a preservar a Mata Atlântica
Ativistas e pequenos produtores buscam alternativas sustentáveis para a preservação da juçara, promovendo o uso do fruto na agroecologia. Iniciativas visam recuperar ecossistemas da Mata Atlântica e revitalizar a cultura caiçara.
A juçara, embora famosa por seu palmito, é uma palmeira típica da Mata Atlântica que enfrenta a ameaça de extinção.
Durante a ditadura militar, sua exploração foi incentivada, transformando muitos caiçaras em palmiteiros. Porém, a partir dos anos 1980, com a evolução da legislação ambiental, esses trabalhadores passaram a ser perseguidos por práticas consideradas crimes ambientais.
A preservação da juçara é prioridade para defensores da biodiversidade. Gilberto Ota, ativista da região, defende a recuperação da palavra "palmiteiro", reivindicando uma história de trabalho ético e diferente do extrativismo atual.
O fruto da juçara tem ganhado espaço no mercado como substituto do açaí, com vantagens nutricionais. A pesquisadora da Embrapa, Virgínia da Matta, afirma que essa relação pode beneficiar ambos os produtos.
A empresa Juçaí produz sorbet de juçara, focando em uma exploração comercial sustentável que mantém a palmeira viva. A parceria com a UFscar ajuda na logística de produção e distribuição.
O projeto Pró-Juçara da Fundação Florestal de São Paulo utiliza sementes para reflorestamento, com apoio de pequenos agricultores.
A juçara, conhecida como "mãe da floresta", é essencial para a fauna local e está sendo usada em projetos de regeneração, como os do MST, que visam integrar agroecologia e produção comercial.
Os assentados também buscam desenvolver produtos como balas, picolés e geleias, todos respeitando práticas sustentáveis.