‘A América Latina continua sendo uma região em disputa’, diz Rafael Correa, ex-presidente do Equador
Correa contestou os resultados das últimas eleições equatorianas, alegando indícios de fraude e denunciando a falta de democracia no país. Ele critica a gestão do presidente Noboa e enfatiza a necessidade de um investimento público robusto para enfrentar as crises econômica e de segurança do Equador.
Rafael Correa, ex-presidente do Equador, asilado na Bélgica, continua a influenciar a política equatoriana. Apesar de sua condenação por corrupção em 2020, divisões entre correístas e anti-correístas dominaram as eleições de abril.
Correa foi representado por Luisa González nas eleições, que perdeu para Daniel Noboa por um milhão de votos. Correa alega fraude eleitoral e cita uma perícia que encontrou irregularidades nas canetas utilizadas nas cédulas de votos. Observadores como a OEA reconheceram a vitória de Noboa, mas destacaram problemas de cédulas manchadas.
No entanto, Correa reclama que a conjuntura do país se deteriorou em relação à segurança e economia sob o atual governo. Ele afirma que narcotráfico está penetrado nas instituições do país e critica a falta de um verdadeiro plano de segurança.
Em entrevista, Correa resgata a história da esquerda na América Latina, destacando que, apesar dos retrocessos, ainda há um avanço significativo, com vários países governados por forças progressistas.
Sobre a legitimidade das eleições, Correa é cético, afirmando que o Equador enfrenta uma verdadeira ditadura e que as instituições de justiça não têm capacidade para reverter os resultados. Ele classifica sua condenação como uma perseguição política.
Correa também aborda a questão do voto indígena, defendendo seu histórico de conquistas para a população indígena, em meio a alegações de uma aliança política prejudicada.
Por fim, Correa elogia o legado de Pepe Mujica, destacando sua simplicidade e princípios que transcendem a esquerda e a América Latina.