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A Apple usou a China para lucrar. O que a China ganhou em troca é assustador

A relação simbiótica entre Apple e China moldou a economia global, refletindo uma transferência de tecnologia com profundas implicações geopolíticas. O livro de Patrick McGee revela como a ascensão da Apple também contribuiu para a modernização da China sob um regime autoritário.

Jornalistas estrangeiros se reuniram com diplomata chinesa em Pequim há mais de uma década para discutir o papel da Apple na economia chinesa.

A diplomata, que usava um iPhone, refletia a contradição entre a crítica estatal à Apple e seu uso por funcionários do governo.

Desde 2012, com a ascensão de Xi Jinping, a relação da Apple com a China tem sido crítica, segundo o livro Apple in China: The Capture of the World’s Greatest Company, de Patrick McGee.

A Apple fabricava 90% de seus produtos na China, o que criou uma vulnerabilidade tanto para a Apple quanto para os Estados Unidos, permitindo que a tecnologia chinesa superasse a inovação americana.

McGee destaca que a Apple treinou mais de 28 milhões de trabalhadores na China e que seus investimentos anuais excedem o valor destinado pela administração Biden à produção de chips.

Ele também menciona como a Apple iniciou sua jornada na China com fábricas da Foxconn, que ofereciam baixíssimos salários e condições de trabalho precárias.

Após a entrada da China na OMC, a Apple viu seu mercado crescer rapidamente, mas teve que ceder a pressão do governo chinês, removendo aplicativos de notícias e armazenando dados localmente.

Em 2015, a Apple era a maior investidora corporativa na China, embora isso ocorresse em meio a uma crescente repressão aos direitos trabalhistas.

O plano "Made in China 2025" de Xi Jinping buscava autossuficiência tecnológica e a Apple foi uma facilitadora desse processo, ajudando a desenvolver empresas como Huawei e Xiaomi.

Hoje, tecnologias chinesas estão superando as da Apple, com produtos que se destacam no design e nas especificações.

Apesar de algumas falhas no relato, o livro fornece um olhar profundo sobre a relação complexa e mutuamente exploradora entre a Apple e o regime autoritário da China, trazendo consequências globais preocupantes.

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