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A brasileira premiada com 'Nobel da Agricultura' por trabalho que mantém Brasil como 'celeiro do mundo'

Mariangela Hungria é reconhecida pelo impacto inovador de suas pesquisas em insumos biológicos, que transformaram a agricultura brasileira e reduziram a dependência de fertilizantes químicos. Com seu trabalho, ela contribuiu significativamente para a produtividade agrícola e a sustentabilidade ambiental no país.

Mariangela Hungria, engenheira agrônoma brasileira, recebeu nesta terça-feira (12/5) o Prêmio Mundial da Alimentação por suas pesquisas com insumos biológicos que revolucionaram a agricultura no Brasil.

Conhecido como 'Nobel da Agricultura', o prêmio homenageia quem melhora a qualidade e a disponibilidade de alimentos mundialmente. As inovações de Hungria resultaram em dezenas de tratamentos biológicos para sementes, aumentando a produtividade e reduzindo o uso de fertilizantes químicos.

Estima-se que seus produtos tenham sido aplicados em mais de 40 milhões de hectares, economizando até US$ 25 bilhões (R$ 127,5 bilhões) por ano. Além disso, suas pesquisas evitaram a emissão de mais de 230 milhões de toneladas métricas de CO₂ anualmente.

Com mais de 500 publicações, Mariangela Hungria é considerada a 'mãe da microbiologia' no Brasil. Ao receber o prêmio, enfatizou a persistência em acreditar que insumos biológicos poderiam ser economicamente viáveis.

O evento foi realizado na sede da organização em Des Moines, Iowa, e foi presidido pela governadora Kim Reynolds, elogiando a pesquisadora como exemplo inspirador para outras mulheres.

Hungria é defensora da fixação biológica de nitrogênio, usando bactérias para converter nitrogênio do ar em formas acessíveis para plantas, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos, que representam 85% das importações brasileiras.

Ela destacou a relevância de insumos biológicos, especialmente com os impactos da guerra na Ucrânia, e afirmou que o Brasil deve investir mais em pesquisa para aumentar a produção sustentável.

Sua paixão pela microbiologia começou na infância e foi alimentada pela curiosidade da avó. Hungria teve que superar preconceitos de gênero ao longo de sua carreira, buscando inspirar outras mulheres na ciência.

Em suas palavras, a agricultura do futuro é feminina, exigindo um cuidado com o solo e o meio ambiente.

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