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A China pode combater a deflação e as tarifas de Trump ao mesmo tempo?

Ciclo de deflação e guerra comercial dificultam a segurança financeira dos trabalhadores chineses. Com a pressão sobre os salários e aumento da competição na "Gig Economy", muitos enfrentam um futuro incerto.

Entregadores em Xangai, uniformizados em amarelo e azul, aguardam pedidos na rua de lanches do centro. Para muitos, é um bico temporário enquanto buscam empregos melhores.

A segurança financeira é um desafio crescente para os trabalhadores chineses, afetados pela deflação que reduz lucros e salários. A competição intensa e a disputa comercial com os EUA agravam a situação.

Cao Zhi, 27 anos, trocou seu trabalho como vendedor de seguros para a entrega de comida, mas precisa trabalhar mais para manter o mesmo salário. Outras pessoas enfrentam problemas semelhantes.

O governo chinês lida com a deflação provocada pela crise imobiliária, que tem paralisado a economia. As exportações, essenciais para o crescimento, são ameaçadas por tarifas elevadas aplicadas pelos EUA.

A economia cresceu no início do ano, mas economistas projetam uma queda nas exportações para o nível mais baixo desde 2008. Os preços ao consumidor caíram 0,1% em março, continuando uma tendência negativa.

Embora Pequim busque impulsionar os gastos internos, as soluções atuais não têm sido eficazes. A crise no setor imobiliário reduziu o patrimônio das famílias, impactando seus investimentos.

Wang Longhe, operário da construção civil, viu seus ganhos caírem para metade do que costumava ganhar, enfrentando altos níveis de desemprego na sua região.

A “Gig Economy” cresceu rapidamente, com 200 milhões de trabalhadores em 2020. A guerra comercial pode levar à perda de 20 milhões de empregos devido à redução das exportações para os EUA.

Chen Xiaolan, que trabalha como motorista, e Liu Mingdong, entregador, também relatam dificuldades em manter seus trabalhos e lutam contra a concorrência crescente.

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