A cidade na Espanha onde grupos de direita radical perseguem migrantes
Torre Pacheco enfrenta uma onda de violência xenofóbica após o ataque a um idoso, provocando confrontos entre grupos de extrema direita e migrantes. A tensão aumenta com a promessa de novas ações violentas por parte de radicais, enquanto a comunidade busca soluções pacíficas.
Torre Pacheco enfrenta distúrbios violentos e xenofobia
A cidade de Torre Pacheco, na região de Múrcia, Espanha, vive protestos xenófobos e racistas desde a última sexta-feira (11/7), considerados os piores das últimas décadas.
Nabil Moreno, líder da comunidade muçulmana local, afirma que a insegurança afeta todos, especialmente as crianças. Os disturbios começaram após o ataque brutal a um idoso, Domingo, em 9 de julho, por jovens de origem estrangeira, gerando incitação ao ódio nas redes sociais.
Grupos de extrema direita estão organizados e armados, atacando imigrantes em busca de "caçadores". O bairro San Antonio, predominantemente migrante, foi o maior foco de conflitos, resultando em cinco feridos e oito prisões.
Após manifestações pacíficas, retomadas por violência, ataques a veículos e estabelecimentos foram relatados, enquanto as forças de segurança lutam para conter a situação.
O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, ligou a retórica deste cenário ao partido Vox, que tem promovido discursos saturados de ódio. O partido, que já recebeu apoio significativo na região, irá enfrentar ações judiciais por incitação ao ódio.
Moreno destaca que a verdadeira questão reside na juventude desenraizada que se sente perdida; muitos "ni-nis" expressam raiva e ressentimento, gerando um ciclo de violência a partir de uma história de marginalização.