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A clareza e o caos de Raymundo Colares e seus ônibus espetaculares

Exposição em São Paulo celebra a vida e a obra de Raymundo Colares, artista influente do neoconcretismo e pop art. A mostra reúne mais de 40 trabalhos, incluindo pinturas, gibis e um documentário que homenageia sua trajetória e legado.

Raymundo Colares, artista brasileiro, fez uma performance impactante no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro dias antes da abertura do Salão de Arte Moderna, gritando “a arte está morta, mas eu estou vivo!”.

Colares venceu o Salão com a obra Pintura preta e vermelha. Ele desenvolveu uma linguagem única entre neoconcretismo e pop art, produzindo durante os anos 60 e 80, incluindo pinturas e gibis.

Viveu em Nova Iorque e Milão na década de 70, e o ônibus foi um tema constante em sua arte, simbolizando a vida urbana. Colares reconheceu influências do cinema americano e das histórias em quadrinhos. “Os ônibus que retrato são cariocas e urbanos”, afirmou em uma entrevista.

Ele faleceu aos 42 anos após um trágico acidente com um ônibus, que o atropelou, refletindo sua fragilidade psicológica. Após internação psiquiátrica, Colares morreu em um incêndio, um evento nunca esclarecido.

Natural de Minas Gerais, nasceu em 1944 e cresceu em Salvador, convivendo com artistas como Roberto Magalhães e Hélio Oiticica. Sua impactante carreira é celebrada na exposição Colares: Pista Livre, que acaba de abrir na galeria Almeida & Dale, em São Paulo.

A curadora Ligia Canongia destaca as influências de Mondrian, observando que, ao contrário do artista holandês, Colares buscava a ambivalência e a contradição. A exposição apresenta mais de 40 obras e inclui um vídeo de Marcos Chaves em homenagem ao artista.

Em setembro, será lançado o primeiro livro sobre sua obra, com artigos e documentos inéditos. A curadora ressalta que Colares tinha uma visão única sobre o movimento e o tempo na arte, antecipando a direção contemporânea.

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