A corrida entre EUA, Rússia e China por superarmas que 'reduzem alvos a pó'
Avanços significativos na tecnologia hipersônica estão moldando a corrida armamentista global, com China e Rússia se destacando à frente. Especialistas alertam sobre a crescente ameaça e a necessidade urgente de o Ocidente desenvolver respostas eficazes.
China exibe mísseis hipersônicos durante desfile militar em Pequim, revelando ao mundo o arsenal de mísseis Dongfeng, com cada míssil medindo 11 metros e pesando 15 toneladas. A demonstração ocorreu em 1º de outubro de 2019, acelerando a corrida global por tecnologia hipersônica entre países como Rússia, China e Estados Unidos.
A China lidera o desenvolvimento, seguida pela Rússia, enquanto os EUA tentam recuperar o tempo perdido. De acordo com William Freer, do think tank Council on Geostrategy, essa dinâmica reflete um cenário geopolítico emergente e comparável à Guerra Fria.
Além dos mísseis chineses, outros países estão investindo em tecnologias semelhantes. Israel possui o Arrow 3, e o Irã anunciou mísseis hipersônicos, enquanto a Coreia do Norte trabalha em suas próprias versões desde 2021. Os EUA lançaram a arma hipersônica Dark Eagle para fortalecer seu poder de dissuasão.
Mísseis hipersônicos são classificados por viajarem a mach 5 ou mais, dificultando a detecção e interceptação. Existem dois tipos principais: boost-glide e cruzeiro hipersônico. A manobrabilidade durante o voo é o que os torna especialmente ameaçadores, permitindo que mudem de trajetória rapidamente.
Apesar da preocupação com a presença de mísseis hipersônicos em arsenais globais, especialistas como Sidharth Kaushal afirmam que a realidade é mais complexa e defesas estão sendo desenvolvidas. A Rússia, com seu míssil Avangard, e a China, com o novo GDF-600, representam desafios significativos.
No Reino Unido, esforços estão sendo feitos para recuperar o atraso, com uma colaboração trilateral que levou a testes bem-sucedidos de propulsão hipersônica. Contudo, levará anos até que essas novas armas estejam operacionais.
Freer enfatiza a importância de desenvolver defesas fortes contra mísseis hipersônicos. A necessidade de limitar danos enquanto se mantém a capacidade de contra-ataque se torna crucial em tempos de crescente tensão militar.
No entanto, Sharpe lembra que o equilíbrio entre os desenvolvimentos de ofensiva e defesa ainda está em um estágio inicial, exigindo cautela e preparação contínua.