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A dura carta de Trump a Lula: 'Julgamento de Bolsonaro não deveria estar acontecendo. Parem imediatamente'

Trump critica o tratamento de Bolsonaro no Brasil e anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A carta ao presidente Lula destaca preocupações políticas e comerciais que divergem das mensagens enviadas a outros líderes mundiais.

Carta de Donald Trump a Lula apresenta tarifas de 50%

A carta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se destacou pela imposição de tarifas adicionais de 50% sobre produtos brasileiros. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (9/7).

Trump justificou as tarifas alegando o tratamento do Judiciário brasileiro ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a empresas de tecnologia americanas, divergindo das cartas enviadas a outros líderes mundiais.

Contexto Judicial: Bolsonaro, aliado de Trump, enfrenta um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionado à tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. O julgamento está na fase final, com expectativa de decisão entre final de agosto e início de setembro.

A carta a Lula teve um tom diferente, começando com uma crítica ao tratamento de Bolsonaro: "A forma que o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado, é uma vergonha internacional".

Trump considerou o julgamento de Bolsonaro uma "caça às bruxas" que deveria terminar imediatamente. O presidente dos EUA também fez referências ao deficit comercial dos EUA com o Brasil, que, segundo dados brasileiros, foi positivo para os americanos em US$ 51 bilhões entre 2014 e 2024.

Além disso, Trump mencionou ataques às eleições livres no Brasil e decisões secretas do STF que, segundo ele, violaram a liberdade de expressão dos cidadãos americanos. Ele pediu tarifas de 50% em resposta a esses supostos ataques.

O tom da carta reflete incertezas nas relações Brasil-EUA. Os diplomatas brasileiros expressaram que não havia necessidade de se antecipar a agressões de Trump. Entretanto, a escalada retórica e a decisão de tarifas geraram reuniões de emergência no governo brasileiro.

Respostas de Lula: O presidente Lula respondeu que o Brasil não aceita "interferências" e reiterou a soberania nacional. Em coletiva, disse: "Dê palpite na sua vida e não na nossa".

A situação gerou preocupações na diplomacia brasileira, especialmente após declarações de que os EUA poderiam considerar sanções contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

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