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A economia russa conseguirá resistir à pressão de Donald Trump?

Trump pressiona Rússia com sanções e ameaças, mas economia do país resiste. Apesar da desaceleração econômica, o Kremlin mantém gastos militares e ignora os ultimatos do presidente dos EUA.

Donald Trump tem utilizado uma combinação de gestos diplomáticos e ameaças econômicas para pressionar a Rússia a encerrar a guerra na Ucrânia.

Recentemente, ele anunciou planos de se reunir com Vladimir Putin e ameaçou punir a Índia por importar petróleo russo, dobrando tarifas de exportação aos EUA.

Trump já advertiu sobre novas sanções se um cessar-fogo não for acordado. O Kremlin, porém, continua ignorando suas ameaças.

Após a invasão da Ucrânia, a Rússia teve um crescimento econômico, mas a economia deve crescer apenas entre 1% e 2% em 2025, inferior aos 4,7% de 2024.

A receita do petróleo está em declínio, e o governo enfrenta dificuldades em investir. Com o aumento das taxas de juros, empresas estão demitindo.

A presidenta do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, indicou uma busca por crescimento mais equilibrado, apesar da inflação em 9% ao ano e juros em 18%.

Embora a guerra tenha elevado o padrão de vida médio em uma década, a atual desaceleração econômica pode impactar essa estabilidade, mas não o suficiente para interromper a guerra.

A queda na receita do petróleo, já diminuída em 18%, forçou o governo a aumentar o déficit orçamentário de 0,5% para 1,7% do PIB, mas analistas acreditam que isso não afetará a capacidade de Putin de conduzir a guerra.

Os gastos militares permanecem intactos, representando cerca de 8% do PIB. Trump alerta que suas pressões sobre a economia russa podem não ser eficazes.

A primeira medida de Trump foi ameaçar a Índia com uma tarifa adicional de 25% pelas importações de petróleo russo, mas autoridades indianas afirmam que continuarão a importar.
Analistas esperam que a diferença de preços entre o petróleo russo e o preço de referência global aumente, com a Índia se beneficiando de descontos.

Um eventual declínio de US$ 10 no preço do petróleo russo poderia aumentar o déficit orçamentário, mas não seria considerado catastrófico para o Kremlin, segundo especialistas.

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