A economia vai esfriar, e o governo sabe disso
Apesar das previsões otimistas do governo sobre o crescimento do PIB, a equipe econômica admite um desaquecimento gradual da atividade econômica. Medidas para estimular a economia, como a liberação do FGTS e a reforma do crédito consignado, visam mitigar os efeitos dos juros altos, que deverão permanecer por mais tempo.
Previsões otimistas para o desempenho da economia brasileira indicam um crescimento do PIB acima de 2%, mas há uma avaliação interna que aponta para um esfriamento lento da atividade econômica.
Enquanto o Banco Central (BC) eleva a taxa de juros para 14,25% ao ano para conter a inflação, o governo toma medidas aparentemente contraditórias, como:
- Liberação de R$ 12 bilhões do FGTS;
- Início do novo modelo de crédito consignado, que injetou R$ 1,2 bilhão rapidamente;
- Ampliação do Minha Casa, Minha Vida.
Estas ações visam desacelerar a economia com menos impacto que seria normal sem estímulos. A equipe econômica admite um desaquecimento do PIB, que já é perceptível e deve ser mais claro nos próximos trimestres.
Sinais de perda de ímpeto são visíveis, com a indústria em queda há quatro meses e um desempenho semelhante no setor de serviços.
A previsão do Banco Central é uma alta do PIB de 1,9% e uma redução significativa da atividade no segundo semestre de 2026, próximo às eleições. Para isso, o governo planeja isentar salários de até R$ 5 mil do Imposto de Renda, injetando R$ 26 bilhões na economia.
A previsão de inflação do BC é de 5,1%, muito acima da meta de 3%, que só deve ser atingida em 2027. O plano do governo é sustentar a economia até as eleições, mas isso pode afetar a popularidade de Lula devido à alta de preços, especialmente dos alimentos.