A energia nuclear voltou a ser protagonista
A energia nuclear ganha destaque na política energética global após a crise de 2022, como uma alternativa viável para garantir segurança e sustentabilidade. Com o apoio de diversas nações e o avanço de novas tecnologias, seu papel no futuro do abastecimento energético parece promissor.
A energia nuclear está recuperando seu papel no cenário energético global após décadas de desconfiança, principalmente por causa de movimentos ambientalistas.
A virada ocorreu durante a crise energética de 2022, que destacou a vulnerabilidade mundial em relação aos combustíveis fósseis e trouxe à tona a necessidade de segurança energética.
Os reatores nucleares são vistos como uma solução para a sustentabilidade, segurança energética e acessibilidade à energia, beneficiando as populações de baixa renda. Além disso, a energia nuclear contribui para a descarbonização da economia.
A produção de rejeitos radioativos já possui soluções e, apesar das preocupações com segurança, dados da Agência Internacional de Energia mostram que a energia nuclear tem o menor volume de emissões e o segundo menor índice de acidentes.
Em 2023, a Declaração para Triplicar a Energia Nuclear foi lançada na COP28 e endossada por mais de 20 países, incluindo potências como Estados Unidos e França. Em 2025, esse número subiu para 31 nações.
O setor privado reage positivamente, com uma coalizão de gigantes tecnológicos como Google e Amazon apoiando a expansão nuclear, enquanto o fundo dinamarquês 92 Capital investe 350 milhões de euros na indústria nuclear.
A China também se destaca, investindo US$ 20,2 bilhões em novas unidades nucleares em 2024, com planos para construir até 40 novas usinas até 2025, mantendo-se como a maior capacidade instalada do mundo há 18 anos.
Os pequenos reatores modulares (SMRs) estão sendo desenvolvidos, oferecendo segurança e flexibilidade, com projetos em andamento nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.
No Brasil, o debate sobre a energia nuclear é ainda incipiente. Com grandes reservas de urânio, o país pode perder a oportunidade de participar desse movimento global e a inserção de SMRs poderia ser benéfica.
Com compromissos climáticos se intensificando, a energia nuclear está se tornando essencial para o futuro. A pergunta agora não é mais “se”, mas “como” e “em que escala” a energia nuclear será integrada na matriz energética mundial.