A escalada de tensão que faz valor do ouro bater recorde
Aumento na demanda por ouro está impulsionado por incertezas econômicas e guerra comercial global. Investidores buscam segurança em ativos preciosos diante de possíveis inflações e instabilidades.
O preço do ouro atingiu US$ 3.000 (R$ 17.000) por onça, um recorde histórico, devido à crescente demanda e incertezas econômicas envolvendo guerras comerciais.
Na sexta-feira (14/3), o preço chegou a US$ 3.004,86, com uma alta de 14% desde o início de 2025. O ouro é considerado um ativo seguro em tempos de instabilidade.
A guerra comercial entre os EUA e seus parceiros provocou agitações nos mercados, aumentando os temores de inflação e levando investidores a buscar ouro como proteção.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou uma tarifa de 200% sobre o álcool importado da União Europeia, resposta a planos de um imposto de 50% da UE sobre uísque dos EUA. Além disso, taxas sobre importações chinesas foram elevadas para pelo menos 20%.
A analista Suki Cooper destacou que a insegurança geopolítica está impulsionando a demanda por ouro. A chefe de pesquisa da Hargreaves Lansdown, Victoria Hasler, identificou dois fatores principais: as tarifas de Trump e a compra de ouro por bancos centrais para diversificar suas reservas.
- Incertezas afetam mercados: O aumento do preço do ouro é impulsionado pela hesitação do mercado devido a tensões geopolíticas.
- Compras de bancos centrais: Mais de 1.045 toneladas de ouro foram adicionadas às reservas dos bancos em 2024, um padrão em crescimento.
Russ Mould, da AJ Bell, apontou que o ouro começou a "brilhar" novamente. Desde que caiu para US$ 1.200 no final de 2018, os preços aumentaram continuamente, impulsionados por fatores como a pandemia de covid-19 e déficits crescentes.
A incerteza sobre as tarifas de Trump e seu impacto inflacionário continua a ser um tema central no mercado de ouro.