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A estrada sul-africana identificada incorretamente como 'cemitério' por Trump

Estrada P39-1 se torna foco de polêmica após declarações de Trump sobre perseguição a fazendeiros brancos. Moradores locais desmentem a narrativa e relatam uma realidade de convivência pacífica e tensão racial.

A P39-1, um trecho da estrada que liga as cidades de Newcastle e Normandien na África do Sul, chamou atenção esta semana após Donald Trump afirmar que pessoas brancas estavam sendo perseguidas no país, usando um vídeo com imagens de cruzes em sua fala. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, foi surpreendido por essa alegação durante uma videoconferência.

No vídeo, Trump mencionou um "cemitério" com cruzes representando mil afrikaners assassinados, mas a comunidade local contestou essa afirmação. A BBC visitou a região e descobriu que as cruzes não existem mais, e que a estrada está como antes, com um novo moinho de grãos no local.

As cruzes haviam sido fincadas como homenagem a Glen e Vida Rafferty, um casal de fazendeiros brutalmente assassinados há cinco anos, gerando com comoção na comunidade. O fazendeiro Roland Collyer explicou que as cruzes simbolizavam os assassinatos rurais no país.

Após o assassinato dos Rafferty, dois indivíduos foram condenados, trazendo um raro senso de justiça a uma região que sofre com altos índices de criminalidade. A violência resultou em tensão racial, exigindo a intervenção do governo.

Trump, que ofereceu asilo a afrikaners, chamou atenção para os ataques a fazendeiros, mas Collyer, que pretende permanecer em Normandien, afirmou que ama a África do Sul e acredita em um futuro melhor através da união entre raças.

Por sua vez, Bethuel Mabaso, um morador local, contesta as alegações de perseguição, afirmando que sua comunidade sempre foi tranquila. Outros trabalhadores rurais relataram que os conflitos com fazendeiros são resolvidos pacificamente, destacando que o passado segregacionista não deve ser usado para punir o presente.

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