A fadiga do discurso conspiratório e autocentrado de Bolsonaro na Avenida Paulista
Aplateia de apoiadores de Jair Bolsonaro na Av. Paulista demonstrou cansaço com sua repetitiva retórica. Embora o ex-presidente tenha tentado resgatar o fervor de sua base, a conexão entre discurso e ação parece cada vez mais distante.
Discurso de Jair Bolsonaro na Av. Paulista neste domingo, 29, foi marcado por um entasmo evidente. Mesmo com sonoplastia dramática, não conseguiu empolgar o público, que se reuniu para apoiar seu discurso.
Os apoiadores reafirmaram suas crenças, como a pauta de que os eventos de 8 de janeiro foram fabricados pela esquerda, assim como sentimentos de ódio a Alexandre de Moraes e Lula.
A repetição de bordões como “Deus, pátria, família e liberdade” revelou uma fadiga com o conteúdo. Há uma desconexão entre a imagem de salvador da pátria que Bolsonaro pretende passar e o que realmente pode oferecer.
Ele mencionou a possibilidade de “mudar o destino do Brasil” caso 50% da Câmara e do Senado sejam eleitos por seu grupo, expondo seu interesse em salvar a si próprio, em vez de realmente focar no país.
O discurso incluiu tentativas de dar visibilidade aos filhos, especialmente Carlos, que quer se lançar ao Senado por Santa Catarina. A assistência ouviu repetidas afirmações sobre não passar a faixa para “ladrões” e reflexões sobre injustiça e pacificação.
O que deveria ser um destaque do discurso transformou-se em uma confissão de falta de coragem. O evento na Av. Paulista manifestou uma realidade de fadiga política.