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A Ferrari está se parecendo menos com uma montadora e mais com a Hermès

A Ferrari mantém seu status de exclusivo símbolo de luxo e desempenho no setor automotivo, destacando-se pela alta rentabilidade e demanda por modelos limitados. Sob a liderança de Benedetto Vigna, a montadora busca equilibrar crescimento e tradição enquanto enfrenta o desafio da transição para veículos elétricos.

Maranello, a casa da Ferrari, é uma cidade modesta, mas com grande importância cultural. Sua principal atração é uma estátua de um cavalo empinado, símbolo da Ferrari, que se destaca na indústria automobilística.

A Ferrari, com menos de 14 mil carros vendidos em 2022, possui uma capitalização de mercado de € 76 bilhões, três vezes maior que a da Stellantis, que vendeu 5,7 milhões de veículos.

A margem de lucro operacional da Ferrari foi de 28%, enquanto montadoras de grande volume têm margens de um dígito. Desde sua separação da Fiat Chrysler, a Ferrari cresceu significativamente, com vendas quase dobrando desde 2015.

O CEO Benedetto Vigna, que veio da STMicroelectronics, defende que a Ferrari é mais que uma simples fabricante de luxo. Aumentando preços de novos modelos e mantendo a exclusividade, a Ferrari preserva seu lema de vender um carro a menos do que o mercado quer.

Modelos especiais, como o F80 de € 3,6 milhões, geram receitas bilionárias. A personalização, que pode aumentar o preço em 20%, contribui para um valor médio de carro superior a € 500 mil.

Cerca de 80% dos clientes são proprietários de uma Ferrari, criando uma base fiel e apaixonada. As vendas do F80, com produção limitada a 799 unidades, têm demanda três vezes maior que a oferta.

A Ferrari iguala suas práticas às de marcas de moda ultraluxuosas, como a Hermès, mas se mantém mais focada em um público abastado, com pouca dependência de consumidores chineses.

Desafios existem: preços altos e uma transição para carros elétricos, com o modelo Elettrica previsto para 2024. A produção aumentou, mas se o modelo elétrico falhar, a percepção da marca pode ser impactada.

O lançamento de um segundo modelo elétrico foi adiado para 2028, representando um desafio importante para Vigna e a Ferrari.

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