A floresta onde centenas de imigrantes arriscam suas vidas tentando entrar na Europa
Jovens imigrantes enfrentam a brutalidade da Floresta Bialowieza em busca de segurança na Europa. Polônia intensifica vigilância fronteiriça em meio a críticas por tratamento a refugiados.
Dawit, um jovem etíope, fugiu de casa para escapar do recrutamento forçado para a guerra. Ele pagou quase US$ 7 mil a traficantes para chegar à Polônia via Rússia e Belarus.
Cruzando a fronteira, ele se junta a dezenas de milhares que partiram desde 2021. A Floresta Bialowieza, um Patrimônio Mundial da Unesco, se tornou uma rota ilegal, monitorada por guardas de fronteira poloneses.
O oficial Michal Bura destaca que é essencial “ficar um passo à frente dos traficantes”. Além disso, Belarus é acusado de colaborar com imigrantes ilegais, fornecendo meios para cruzar a fronteira.
Um relatório da Human Rights Watch de 2024 acusa autoridades polonesas de forçar imigrantes a voltar à Belarus, ignorando suas necessidades.
O líder bielorrusso Alexander Lukashenko confirmou que não impedirá imigrantes de cruzar a fronteira e foi criticado por facilitar a entrada de migrantes.
As relações entre Polônia e Belarus deterioraram-se, com guardas de fronteira agora sem comunicação entre si. Em 2024, quase 30 mil tentativas de travessia foram registradas.
Os imigrantes enfrentam condições severas na floresta, onde 89 pessoas morreram. Eles relatam perseguições de cães da guarda bielorrussa e ferimentos graves com o arame farpado.
Olga, da ONG que auxilia imigrantes, observa os ferimentos que eles sofrem. Voluntários oferecem comida, roupas e assistência médica.
O tráfego dos migrantes afeta a fauna e flora da Floresta Bialowieza, com fauna se movendo em resposta ao aumento da presença humana. Mateusz Szymura, guarda florestal, expressa preocupação com os efeitos a longo prazo.
Apesar das dificuldades, Dawit e outros imigrantes têm como objetivo chegar a países como o Reino Unido. Dawit solicitou asilo na Polônia, esperando encontrar segurança.