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A grande indústria por trás das deportações de Trump

Aumento das deportações em massa beneficia indústrias de prisões privadas, enquanto a oposição pública cresceu. Nova legislação destina bilhões para a detenção de imigrantes, apesar da maioria da população considerar a imigração positiva para o país.

Deportações em massa de babás, jardineiros e garçons sem documentos provocam oposição pública às políticas migratórias do presidente Donald Trump.

Uma pesquisa da Gallup indica que apenas 30% dos americanos desejam reduzir a imigração, comparado a 55% no ano anterior. Atualmente, 79% acreditam que a imigração é positiva para o país.

Contrariando a opinião pública, a lei “Grande e Bela” destina US$ 170 bilhões para a captura e deportação de imigrantes nos próximos quatro anos. Esse valor supera os orçamentos do FBI e da CIA.

A lei também prevê US$ 45 bilhões para a construção de novos centros de detenção, criticados por alguns como campos de concentração. Estados como a Flórida estão investindo em prisões para imigrantes.

A deputada Veronica Escobar afirma que a lei não protege a fronteira, mas enriquece corporativamente. A maioria dos detidos são trabalhadores sem antecedentes criminais.

Segundo o estudo do Instituto Cato, 65% das 205.000 pessoas detidas desde outubro não têm condenações, evidenciando o caráter laborioso da maioria.

Lauren-Brook Eisen, do Centro Brennan, destaca que o aumento do financiamento cria um “sistema de detenções em massa” que será difícil de desmantelar. Ela critica o desmantelamento de escritórios de supervisão dentro do Departamento de Segurança Interna.

As ações de empresas como GEO Group e CoreCivic dispararam desde a eleição de Trump, com aumentos de 61% e 41%, respectivamente.

O CEO do GEO Group mencionou uma avalanche de novos contratos para sua empresa. Diante da crescente oposição à imigração, é crucial que o Congresso exija maior supervisão sobre as prisões privadas.

Sem essa supervisão, um sistema prisional privado exacerbado pode surgir, tornando-se um desafio a ser contornado mesmo após a saída de Trump.

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