A insustentável leveza dos mercados
Analista alerta para os riscos de um ajuste iminente nos mercados, destacando a desconexão entre valuations das empresas e fundamentos econômicos. A situação fiscal no Brasil reflete desafios semelhantes, exigindo prudência diante de um cenário global instável.
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, alerta sobre uma possível ruptura no mercado de títulos americanos, prevendo pânico e a possibilidade de lucros para seu banco.
Há um ano, venho alertando sobre a insustentabilidade do entusiasmo atual nos mercados americanos. Fatos principais incluem:
- Bolsas em alta desde 2022, impulsionadas pelas Big Techs;
- Curva de juros invertida, sinalizando uma possível recessão;
- FED com políticas monetárias indefinidas;
- Endividamento em 130% do PIB e déficits altos, alcançando 8% do PIB;
- Tensões geopolíticas crescentes.
O mercado parece investir em uma narrativa de crescimento contínuo, ignorando a realidade econômica e política. Elon Musk expressa suas dúvidas sobre essa narrativa.
Valuations exagerados, inflação persistente e um déficit fiscal crescente agravam a situação. A elevada liquidez, resultado das políticas monetárias da pandemia, cria um cenário arriscado.
Preocupo-me que o ajuste, quando vier, será abrupto e resultará em desespero entre os investidores que hoje são otimistas.
No Brasil, a situação é semelhante, com problemas fiscais não resolvidos e um governo que propõe mais impostos sem reformas efetivas. A recente revisão negativa da Moody’s confirma essas preocupações.
Diante disso, é prudente ter uma postura cautelosa: ignorar os sinais de exagero e os riscos acumulados pode levar a resultados desastrosos.
O alerta está lançado, cabe aos agentes econômicos se prepararem para o que pode se tornar uma realidade inevitável.
Alexandre Espirito Santo, Economista-Chefe da Way Investimentos, ressalta a metáfora do cachorro como um chamado à prudência.