A magreza está de volta à moda?
Especialistas temem que a proibição de anúncios que promovem a magreza extrema no Reino Unido possa levar a um retrocesso nas representações de corpos na moda. A discussão destaca a necessidade urgente de promover a diversidade e combater padrões prejudiciais que remetem à estética dos anos 90.
Proibição de anúncios de moda no Reino Unido devido a modelos com aparência excessivamente magra suscita preocupações sobre o retorno de uma estética prejudicial.
A tendência de modelos muito magros, popular na década de 1990, estava em declínio, mas voltou a ser motivo de reclamação. Marcas como Zara, Next e Marks & Spencer (M&S) tiveram anúncios banidos após receberem mais de 20 queixas após a proibição de M&S.
A Autoridade dos Padrões de Publicidade (ASA) revelou um aumento nas reclamações relacionadas ao peso das modelos, gerando debates sobre essa tendência de magreza extrema.
A modelo e ativista Charli Howard expressou temores sobre o retorno do "heroin chic", uma estética associada a modelos excessivamente magras.
- A ASA afirma que seus regulamentos proíbem a promoção de padrões de saúde não realistas.
- Marcas alegam que suas modelos, embora magras, são saudáveis, mas a percepção pública é preocupante.
A modelo Charlotte Holmes acredita que a demanda por corpos magros persiste, mesmo após um breve período de inclusão. A jornalista Victoria Moss sugere que o impulso por magreza é exacerbado por medicamentos para perda de peso.
A stylist Simone Konu-Rae urge por maior diversidade corporal na moda, enquanto a consultora Keren Beaumont critica o ressurgimento de silhuetas dos anos 90.
A diretora da Vogue, Chioma Nnadi, reflete sobre a troca de padrões de beleza nas semanas de moda, enfatizando a importância da diversidade corporal.
Na década de 2010, o movimento de positividad corporal ganhou força, mas sua influência parece ter diminuído com o advento de novos medicamentos para emagrecimento, que reforçam padrões de beleza estreitos.
A análise da Vogue revela que dos últimos desfiles, apenas 0,8% exibiam modelos plus size. A tendência atual de magreza se acelera, enquanto modelos notam pressão para se enquadrar nesses padrões.
O panorama da moda gera reações misturadas, com preocupações permeando a indústria sobre a influência negativa na autoimagem e na saúde das mulheres.