A mais de um ano da eleição, governo enfrenta paralisia em pautas econômicas no Congresso
Governos enfrentam dificuldades legislativas a 14 meses das eleições, com a popularidade de Lula em queda. A paralisia é evidenciada pela falta de votação das prioridades econômicas e pela pressão do Congresso contra o aumento do IOF.
Governo enfrenta paralisia no Congresso a 14 meses das eleições de 2026. A forte oposição ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), apoiada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, reflete as dificuldades do Palácio do Planalto em aprovar suas propostas.
A equipe econômica minimiza a situação, atribuindo o ritmo lento à eleição das mesas do Congresso e atraso no Orçamento. Contudo, analistas apontam múltiplos fatores dificultando a situação.
Um entrave crucial é o pagamento de emendas. O governo empenhou R$ 676 milhões de um total de R$ 50,2 bilhões para 2023. A demora na aprovação da lei orçamentária, sancionada só em abril, é citada como justificativa.
As dificuldades políticas surgem em meio à queda de popularidade do presidente Lula e a aliança que levou Motta à presidência da Câmara. Isso complica a articulação política, mesmo com a chegada de Gleisi Hoffmann à Secretaria de Relações Institucionais.
A crise do IOF exemplifica essa situação. Após a proposta gerou reações negativas, Haddad revogou mudanças polêmicas e apresentou uma medida provisória para compensar a receita perdida.
Apesar de aprovar a urgência do projeto para sustar a elevação do IOF, não há previsão para votação. A tramitação de outras propostas, como a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, também está atrasada, sendo que a MP do consignado privado perde validade em 9 de julho.
De acordo com o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, o ano é atípico devido ao atraso do Orçamento. Ele acredita que não há resistência do Congresso às propostas do governo.
Após a derrota na votação da urgência do IOF, o governo buscou reduzir tensões, firmando acordos sobre vetos de Lula e adiando discussões de projetos sem consenso.
Debate eleitoral impacta trâmites, com a popularidade em queda criando desafios na relação entre Motta e o governo. Interrogações sobre questões polêmicas e falta de diálogo também surgem entre parlamentares.
Rafael Cortez, analista político, destaca que a composição atual da base aliada agrava as dificuldades. A MP do setor elétrico e outras reformas estão em risco devido à relutância dos partidos em abraçar o projeto de reeleição de Lula, afetando a execução das estratégias do governo.
No cenário atual, liberar emendas e atuar no "varejo" pode ser crucial para o governo.