A médica que trocou fazer partos por ajudar pessoas a morrer
Médica canadense Stefanie Green reflete sobre sua experiência em morte assistida e o papel da medicina em situações de sofrimento extremo. Ela compartilha suas visões sobre a autonomia do paciente e os desafios enfrentados na prática dessa forma de assistência.
Reportagem destaca a médica canadense Stefanie Green, pioneira em morte assistida no Canadá e autora do livro This is Assisted Dying.
Green relata um momento marcante com um paciente, onde ele a agradeceu antes de ser submetido ao procedimento que o levaria à morte.
A morte assistida é legal no Canadá desde 2016 para pacientes em estado terminal e, desde 2021, para aqueles que consideram seu sofrimento intolerável, mesmo sem serem terminais.
No processo, Green realiza uma avaliação rigorosa dos pacientes, que deve atender a critérios específicos, e usa métodos seguros para administração dos medicamentos.
A médica relaciona sua experiência à singularidade das mortes assistidas, enfatizando o apoio à autonomia dos pacientes e a importância dos laços familiares neste momento.
A entrevistada também se posiciona sobre os críticos da morte assistida, argumentando que melhorias na assistência não justificam a negação do direito à escolha para adultos competentes que sofrem.
O debate sobre a morte assista ainda se estende a pacientes com transtornos mentais, com legislação prevista para 2027.
Green afirma que a aceitação da morte assistida no Canadá cresce e observa que o número de procedimentos está dentro das expectativas.
Ela compara a situação canadense com outros países, mencionando que a política em relação à morte assistida é mais liberal do que em muitos lugares do mundo.
No Brasil, qualquer forma de eutanásia é proibida, embora casos como o do escritor Antonio Cícero, que se submeteu a uma morte assistida na Suíça, chamem atenção para a discussão no país.