A ministros, Fux descarta pedir vista no julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe
Ministro Luiz Fux deve seguir com o julgamento sobre tentativa de golpe de Estado, sem pedir vista, em meio a expectativas de condenação. O caso envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus do chamado "núcleo crucial" da trama.
Ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deve votar no julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem pedir vista.
O julgamento começa em 2 de setembro e Fux será o terceiro a se pronunciar, após os votos do relator Alexandre de Moraes e de Flávio Dino.
Ministros acreditam que seria uma surpresa ele interromper o julgamento, já que acompanhou o caso de perto, inclusive participando de interrogatórios.
Caso Fux peça vista, os demais ministros da Primeira Turma podem antecipar seus votos, podendo haver maioria para condenar Bolsonaro, embora o julgamento não seja finalizado em setembro.
A expectativa é de que a maioria dos ministros condenará Bolsonaro e seus aliados, que estão no núcleo crucial da tentativa de golpe, formado por líderes identificados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
As penas propostas devem divergir: enquanto Moraes tende a sugerir penas mais altas, Fux tem votado por condenações mais amenas, considerando que um crime "incorpora" o outro.
Na análise geral, é esperado que a condenação de Bolsonaro ultrapasse 17 anos. A PGR propôs uma pena de até 43 anos por cinco crimes, incluindo golpe de Estado e organização criminosa armada.
Além de Bolsonaro, integram o núcleo crucial os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, e o deputado Alexandre Ramagem.
Todos os réus, que negam as acusações, contestam o acordo de colaboração premiada feito por Mauro Cid com a polícia e apresentaram alegações finais em 13 de agosto.