A mulher que mudou nossa visão sobre chimpanzés — e humanos
Jane Goodall transformou a pesquisa sobre chimpanzés ao demonstrar sua semelhança com os seres humanos e a complexidade de seu comportamento social. Suas descobertas mudaram a percepção sobre a relação entre humanos e primatas, desafiando conceitos científicos estabelecidos.
No dia 14 de julho de 1960, Jane Goodall, uma jovem autodidata inglesa, chegou à Reserva Ambiental de Gombe Stream, na Tanzânia, iniciando um estudo pioneiro sobre chimpanzés selvagens.
Seu trabalho revolucionou o entendimento sobre comportamento animal e a definição do ser humano.
Aos 26 anos, Goodall buscava estudar e viver com animais desde a infância, influenciada por livros e um profundo interesse pela vida selvagem.
Em 1957, conheceu o paleoantropólogo Louis Leakey, que a contratou como assistente, tornando-se seu mentor. Ele acreditava que sua falta de formação acadêmica seria vantajosa em suas observações.
Inicialmente, Goodall não pôde ficar sozinha na reserva, tendo sua mãe como acompanhante por três meses, devido às regulamentações coloniais.
Após muitas dificuldades, Goodall começou a observar chimpanzés, utilizando uma abordagem de imersão.
Ela descobriu que os chimpanzés eram onívoros, usavam ferramentas e mantinham laços familiares profundos. Compreendeu que suas comunicações eram similares às humanas.
Goodall começou a dar nomes aos chimpanzés, reconhecendo suas personalidades. Um deles, David Greybeard, foi crucial para suas descobertas sobre o uso de ferramentas.
Além disso, ela observou que os chimpanzés apresentavam comportamentos sociais complexos e possam se tornar agressivos em certas situações, similar a humanos.
Em 1962, iniciou um PhD e teve seu trabalho documentado pela National Geographic. O filme “A Srta. Goodall e os Chimpanzés Selvagens” ajudou a popularizar suas descobertas.
Goodall destacou que chimpanzés e humanos compartilham um ancestral comum, com cerca de 98,6% do DNA em comum, desafiando a visão de separação entre espécies.
As pesquisas de Goodall revolucionaram a primatologia, mostrando que tanto primatas quanto humanos compartilham comportamentos e emoções.