‘A organização criminosa documentou seu projeto’, acusa Gonet ao pedir Bolsonaro no banco dos réus
Procurador-geral afirma que ex-presidente e outros denunciados lideraram ações golpistas contra a democracia. Análise da denúncia no STF pode definir futuro jurídico dos acusados e suas responsabilidades no caso.
Julgamento Histórico no STF
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, abriu os trabalhos nesta terça-feira, 25, apresentando argumentos aos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
O foco é decidir se Jair Bolsonaro e outros sete denunciados no inquérito do golpe devem ir a julgamento.
Gonet defendeu o recebimento da denúncia, afirmando que a organização envolvia líderes como o ex-presidente e seu candidato a vice, general Braga Netto.
Ele destacou a gravidade do plano golpista e a ameaça à democracia, mencionando a minuta golpista e um rascunho de discurso que Bolsonaro leria após a deposição do presidente Lula.
O procurador conectou eventos desde 2021 até o 8 de Janeiro, culminando no ato golpista, e afirmou que os delitos envolvem uma cadeia de acontecimentos para reverter o resultado eleitoral.
Gonet citou momentos marcantes, como:
- O discurso de Bolsonaro em 7 de Setembro de 2021, ameaçando desobedecer ao STF;
- A anuência com acampamentos golpistas após as eleições de 2022;
- A reunião com embaixadores para contestar o sistema eleitoral;
- A discussão com a cúpula das Forças Armadas sobre uma possível intervenção militar.
O PGR criticou a reunião de Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas, caracterizando como um ato de insurreição em curso.
Os ministros decidirão se há justa causa para a ação penal. Gonet está convicto das provas apresentadas.
Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas por participação no golpe, com este julgamento focando no “núcleo 1” da trama, incluindo Walter Braga Netto, Augusto Heleno e outros.