A reação contida do mercado após EUA atacarem o Irã – e o que isso indica ao Brasil
Mercados reagem de forma cautelosa após ataques dos EUA ao Irã, com atenção especial ao impacto sobre o petróleo. Investidores aguardam desdobramentos do conflito e possíveis retaliações iranianas que podem influenciar a volatilidade global.
Reações do mercado após os EUA atacarem instalações nucleares do Irã foram tímidas no último domingo (22).
Os investidores monitoram os desdobramentos do conflito, com atenção para uma possível maior aversão a risco nos ativos brasileiros e alta nas ações de petróleo.
O petróleo subiu 4% inicialmente, amenizando para menos de 2%, enquanto os índices futuros dos EUA caíam cerca de 0,4%.
Trump afirmou que “obliterou” as principais instalações nucleares do Irã e Teerã prometeu se defender. A OPEP considera o Irã o terceiro maior produtor de petróleo. A decisão do fechamento do Estreito de Ormuz, que passa 20% do petróleo mundial, pode ser tomada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã.
Os EUA solicitaram à China que dissuadisse o Irã do fechamento do estreito. Gustavo Cruz apontou que este cenário aumenta a volatilidade e risco para investidores.
Analistas preveem que bloqueios irão impactar os preços do petróleo, mas Ajay Parmar acredita que o Irã não conseguirá sustentá-los por muito tempo devido à pressão diplomática dos EUA e China.
Josh Gilbert, da eToro, destacou que a incerteza virou o novo normal no mercado e esperam uma sensação de calma, a não ser que as tensões aumentem.
No Brasil, a Petrobras deve aguardar para analisar o novo cenário antes de repasse de preços.
A valorização do dólar foi de +0,2% em relação ao euro e o rendimento dos títulos do Tesouro americano subiu ligeiramente.
O S&P 500 está cerca de 3% abaixo de sua máxima histórica, enquanto aumentos nos gastos fiscais dos EUA podem impactar os rendimentos dos títulos.
A queda do MSCI All Country World Index foi de 1,5% desde o início do conflito. Ações de transporte marítimo e defesa subiram, enquanto ações de companhias aéreas sofreram devido à alta nos preços do petróleo.