A regulação das redes logo vai censurar a imprensa
A crescente pressão por regulação das redes sociais levanta preocupações sobre o impacto na liberdade de imprensa. Especialistas alertam que a responsabilização de veículos por declarações de entrevistados pode resultar em censura e silenciamento do debate público.
A censura nas redes sociais foi aplaudida pela imprensa, mas agora, a situação mudou. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que veículos de comunicação podem ser responsabilizados por declarações falsas de entrevistados.
Jornalistas se manifestaram contra essa decisão, mas a lógica do censor permanece: se plataformas são responsáveis pelo conteúdo de usuários, por que jornais não seriam responsáveis pelas palavras de seus entrevistados?
Atualmente, a imprensa acredita que a regulação das redes pode eliminar extremistas, mas não percebem que o verdadeiro extremista é o que busca higienizar o debate.
O ministro Moraes destacou que as plataformas deveriam ter coibido a divulgação dos atos de 8 de Janeiro, o que pode afetar diretamente a sua liberdade. O perigo é real: pequenos canais de comunicação, ao divulgar protestos, poderiam ser interpretados como afrontas à Suprema Corte e, consequentemente, sofrer censura.
Em breve, as emissoras de TV poderão enfrentar a mesma situação e, nesse momento, a imprensa reconhecerá a gravidade da censura. O STF pode, então, conceder pequenas concessões à grande imprensa, que continuará aplaudindo a Corte após haver se manifestado contra a censura.