A ressignificação e a importância de ficar odara
"Reflexões sobre a contracultura em Goiânia nos anos 70 revelam um período de ressignificação artística e social. A busca por liberdade e novas formas de expressão se entrelaçava com as lutas políticas e culturais da época."
Música "Odara" de Caetano Veloso, que abriu o disco Bicho em 1977, tornou-se um símbolo de boas vibrações na contracultura brasileira.
Poucos sabiam que a palavra odara tinha origem africana, em um período em que a libertação cultural era restrita. No Brasil, a classe média vivia a extensão do movimento hippie, e quem não era artista ou estudante das ciências humanas, estava excluído.
Com o surgimento de novos artistas, havia espaço para poetas e produções culturais diversas, incluindo teatro e multimídia. Bares e restaurantes, como o da Dona Olga, eram o epicentro de interações criativas.
Discos de Gilberto Gil, como Refavela, refletiam o sentimento inconformista da época. O Teatro Goiânia era um ponto de encontro para apresentar grandes projetos culturais e shows realizações como Carmo.
Após os eventos, os artistas costumavam se encontrar nos bares da Praça Tamandaré, enfrentando as consequências da noite anterior, repletas de ideias etílicas e projetos criativos esquecidos.
Essa época era memorável, marcada por experiências culturais vibrantes e uma busca por libertação após o regime militar. Contudo, o autor reflete sobre a atualidade, observando que a ressignificação na arte continua, assim como a busca por uma nova narrativa política. O final sugere uma anistia, um perdão nacional para restaurar as relações no país.