A Selic e suas circunstâncias
Copom aumenta a Selic para 14,25% em resposta às pressões inflacionárias. A nova taxa, a mais alta desde 2016, levanta discussões sobre suas implicações e o contexto econômico atual.
Copom eleva taxa Selic: O Comitê de Política Monetária aumentou a taxa básica em 1 ponto percentual, passando para 14,25% ao ano, na reunião de 19 de março de 2025.
Essa decisão, já esperada pelo mercado desde dezembro, não causou surpresa. O Copom sinalizou a intenção de duas novas elevações: 0,5 ponto em maio e 0,25 ponto em junho, encerrando um ciclo iniciado em setembro de 2024.
Com isso, a Selic poderá fechar em 15% nominais e mais de 8,5% em termos reais, visando desacelerar a economia e combater a inflação.
Um ponto a se destacar foi como a nova taxa foi apresentada, frequentemente acompanhada da frase: “a mais alta desde 2016, no governo Dilma”. Essa repetição sugere uma situação de crise econômica, mas é fundamental contextualizar as condições específicas de cada época.
Altas taxas nem sempre refletem crises, como evidenciado durante a pandemia, quando a Selic foi reduzida para 2% para evitar um colapso econômico. Além disso, erros de avaliação do Copom em momentos críticos também influenciaram as decisões.
A atual taxa de 14,25% não necessariamente indica uma crise, mas é uma resposta a pressões inflacionárias que se situam em torno de 6% ao ano. Assim, a expressão clichê "taxa de juros mais alta desde Dilma" deve ser evitada, pois não reflete a realidade completa.