Ações do BB passam a subir mesmo com balanço decepcionante
Após resultados decepcionantes no balanço, ações do Banco do Brasil apresentam volatilidade nas negociações. Perspectivas de lucro e qualidade de crédito continuam a ser motivo de preocupação para analistas.
Ações do Banco do Brasil (BBAS3) começaram a manhã de sexta em leve queda após divulgação de balanço. As ações viraram para positiva e entraram em leilão por volta das 11h20 (BRT).
No horário mencionado, as ações subiam 0,55%, a R$ 19,96, após ter tocado R$ 19,02. O volume financeiro projetado é de R$ 4,2 bilhões, significativamente acima dos R$ 1,4 bilhão do dia anterior. O Ibovespa cedia 0,18%, aos 136.116 pontos.
O lucro líquido recorrente do Banco do Brasil no segundo trimestre foi de apenas R$ 3,8 bilhões, 27,4% abaixo do consenso e 25,5% abaixo das estimativas da Genial Investimentos. A queda foi de -48,7% t/t e -60,2% a/a, devido à piora na qualidade de crédito e aumento das provisões. O ROE caiu para 8,2%, o menor desde 2016.
Os analistas do Itaú BBA destacaram que a carteira total do banco cresceu 11% em relação ao ano anterior, mas a margem financeira caiu 2%. As despesas com provisões dobraram e a inadimplência aumentou. As projeções de crescimento da carteira de crédito foram reduzidas para 3% a 6%.
A nova faixa de lucro líquido projetada é de R$ 21 a 25 bilhões, com o ponto médio de R$ 23 bilhões indicando lucros de R$ 5 a 6 bilhões por trimestre no 2º semestre, o que é menos pior do que o esperado.
O analista Evandro Medeiros, da Suno Research, mencionou dividendos “módicos” em 2025, prevendo 5,4% de dividend yield, considerando um lucro de R$ 20,4 bilhões e um payout de 30%.
Medeiros destacou que o volume de provisões foi de R$ 15,9 bilhões, mais de 100% superior ao montante do 2º trimestre de 2024, ainda sem elevar o índice de cobertura.