Ações dos EUA têm desempenho inferior ao resto do mundo pela maior margem desde 1993
A crescente desconfiança em relação à política econômica de Trump leva investidores a buscarem oportunidades em mercados internacionais. Com isso, as ações nos Estados Unidos enfrentam a pior performance em relação ao resto do mundo desde 1993.
Ações americanas têm desempenho inferior ao resto do mundo em 2023, marcando a maior margem em mais de três décadas. A política errática de Donald Trump causa um êxodo de investidores.
O índice MSCI USA caiu 11% nas primeiras 16 semanas do ano, enquanto o índice MSCI all world ex-US subiu 4%, a maior diferença desde 1993.
Essa disparidade reflete a expectativa negativa dos investidores sobre a ofensiva tarifária de Trump, que deve impactar mais a economia dos EUA do que a de outros países.
Na Europa, o isolacionismo americano gera promessas de aumento de gastos governamentais, especialmente em defesa, impulsionando a economia e os mercados locais.
Segundo Sameer Goel, do Deutsche Bank, “grande parte desse desempenho inferior é o reajuste de preços dos ativos americanos devido à maior incerteza política e ao choque estagflacionário das tarifas”.
A queda de 8% do dólar em relação a outras moedas ampliou a diferença de desempenho, beneficiando mercados não americanos.
Os investidores esperavam um desempenho robusto das ações americanas, mas a guerra comercial agressiva de Trump alterou essa perspectiva. O S&P 500 caiu até 12% após o anúncio tarifário em 2 de abril.
Na Europa, ações como Rheinmetall, Leonardo e Rolls-Royce impulsionaram os índices, com o índice Dax da Alemanha subindo mais de 20% em termos de dólar.
Na Ásia, o Hang Seng teve uma alta de 10%, liderado por ações de tecnologia chinesas, destacando-se após inovações em inteligência artificial.