HOME FEEDBACK

Acordo com China reduz pressão sobre preços e risco de recessão nos EUA, dizem analistas

Acerto entre EUA e China reduz tarifas de importação e abre espaço para novas negociações. Embora a trégua alivie riscos de recessão, a instabilidade nas relações comerciais ainda persiste.

Trégua na Guerra Comercial

Após dois dias de negociações em Genebra, Estados Unidos e China acordaram uma trégua significativa na guerra comercial, com redução drástica das tarifas por 90 dias.

As tarifas dos EUA sobre produtos chineses caem de 145% para 30%, enquanto as tarifas da China sobre itens americanos vão de 125% para 10%. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, descreveu as negociações como “produtivas” e “robustas”.

A trégua afasta riscos de recessão na economia americana, mas não elimina a instabilidade geopolítica nem a incerteza sobre o comércio global.

Bessent indicou a possibilidade de prorrogação após os 90 dias, se houver “boa-fé e engajamento”. Trump planeja conversar com o presidente chinês, Xi Jinping, para discutir a situação.

O economista-chefe Roberto Padovani prevê um impacto inflacionário reduzido nos EUA, com a expectativa de inflação de 4% este ano.

A trégua diminui a chance de desabastecimento, com tarifas de três dígitos tornando o comércio inviável anteriormente. Contudo, os preços devem continuar elevados, com o consumidor absorvendo os custos.

Embora a redução de tarifas seja um avanço, o fim da guerra comercial ainda está distante, segundo especialistas, que alertam sobre a incerteza do cenário global e a resistência da China às pressões americanas.

A pesquisadora Lia Valls do FGV Ibre, destaca que as importações americanas da China podem aumentar, mas as tarifas ainda são altas. Para o Brasil, a posição permanece relativamente favorável, especialmente no setor de commodities agrícolas.

O desafio é que os objetivos dos EUA devem mudar para um acordo efetivo, enquanto a resiliência chinesa deve ser considerada nas futuras negociações.

Leia mais em o-globo