Açúcar, coco, pescados: como empresas afetadas pelas tarifas estão reagindo

Frysk, exportadora de água de coco na Bahia, enfrenta desafio após tarifaços de Trump.

Fundada por um empresário holandês, a Frysk, que tinha forte presença no mercado interno, entrou em recuperação judicial em 2019 e se adaptou ao mercado internacional. Atualmente, 80% do faturamento vem de exportações para os EUA, mas a expectativa de exportar R$ 200 milhões em 2023 ficou inviável.

Os pedidos de agosto estão garantidos, mas já houve redução para setembro. O presidente da empresa, Ricardo Vasques, busca alternativas para manter clientes, como a redução da margem de lucro, o que é insustentável no longo prazo.

A Frysk, com 1 mil empregos diretos e indiretos na cidade de Conde, afirma que a ajuda do governo é crucial para atravessar a crise. O pacote governamental de R$ 30 bilhões do Plano Brasil Soberano visa amenizar os impactos das tarifas.

Organizações como a Ocepar acreditam que o programa pode aliviar os setores mais atingidos, como café e piscicultura. O diretor da C.Vale, Reni Girardi, relatou que a cooperativa desistiu do mercado americano de tilápias devido às taxas elevadas e precisa reestruturar sua cadeia produtiva.

Pequenos frigoríficos e produtores enfrentam riscos, podendo não ter demanda para seus produtos. As ajudas do governo são vistas como medidas mitigatórias, enquanto soluções definitivas dependem da abertura de novos mercados e negociações de tarifas.

Análises indicam que empresas de grande porte terão mais facilidade para se adaptar às novas condições do mercado. A produtora de açúcar e etanol Jalles Machado, por exemplo, já enfrenta perdas significativas devido à mudança nas exportações.

A situação exige que os empresários avaliem riscos antes de tomarem decisões, considerando alternativas de mercado ou ajuste na produção e mão de obra.