Acusado por tentativa de golpe, militar reformado recorre à defensoria pública para responder no STF
Ailton Gonçalves Moraes Barros nega as acusações e se defende por meio da Defensoria Pública da União. Ele é um dos 34 denunciados no caso de tentativa de golpe e enfrenta alegações de envolvimento na pressões a militares e na convocação para manifestações golpistas.
Ailton Gonçalves Moraes Barros, militar reformado e advogado, defendeu-se das acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF) através da Defensoria Pública da União (DPU). Este é o primeiro caso de defesa pública entre os denunciados no caso da trama golpista.
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Segundo a denúncia da PGR, Ailton teve papel relevante na coordenação de pressões aos comandantes militares, com o apoio de Braga Netto. Ele é acusado de incitar outros militares e de difundir ataques virtuais do grupo. Em 19 de dezembro de 2022, fez uma postagem no X (antigo Twitter) convocando para um golpe de Estado.
No documento de defesa, a DPU classifica a denúncia como inepta, pede o impedimento do ministro Alexandre de Moraes e solicita que o caso seja analisado no plenário do STF.
A defensoria também destaca que a delação de Mauro Cid não confirma a relação entre Ailton e o general Braga Netto.
Além de Ailton, 33 outros indivíduos foram denunciados pela PGR por tentativa de golpe.
Ailton, expulso do Exército em 2006 e ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso pela Polícia Federal por intermediar a inserção de dados falsos no cartão de vacinação da Covid do ex-presidente. Ele tentou se eleger deputado estadual pelo PL nas eleições de 2022 no Rio de Janeiro, mas não obteve sucesso.