Adultização: por que pular etapas e transformar crianças em pequenos adultos não é saudável
Discussões sobre a adultização infantil ganham destaque após vídeo viral de influenciador. Parlamentares se mobilizam para criar leis visando proteger crianças e adolescentes da exploração na internet.
Exploração infantil online gera debate no Brasil
Nos últimos dias, a exploração de crianças na internet se tornou um tema central após um vídeo do influenciador Felca viralizar, superando 35 milhões de visualizações no YouTube.
O termo adultização foi destacado, levando parlamentares a acelerar a tramitação de projetos de lei para proteger crianças no ambiente digital.
O que é adultização?
A adultização implica uma aceleração forçada do desenvolvimento infantil, onde crianças adotam responsabilidades inadequadas à sua idade.
Michelly Antunes, da Fundação Abrinq, afirma que isso quebra o ciclo saudável da infância.
Como se manifesta?
- Sobrecarregar a criança com responsabilidades de adulto.
- Cobrança excessiva sobre desempenho escolar ou esportivo.
- Acesso a conteúdos inapropriados, como vídeos sexualizados.
Guilherme Polanczyk, da USP, observa que muitos pais acreditam que acelerar o desenvolvimento torna a criança mais madura, mas isso pode ser prejudicial.
Efeitos da adultização
Estudos mostram que a adultização pode levar a problemas emocionais e dificuldades de socialização. A exposição a conteúdos inapropriados aumenta os riscos relacionados à autoestima e autoimagem.
Papel da internet
A tecnologia ampliou o acesso de crianças a conteúdos, com 93% dos brasileiros entre 9 e 16 anos utilizando a internet, e mais de 20% acessando antes dos seis anos. Isso aumenta os riscos de adultização.
Identificando sinais
Sinais de adultização incluem:
- Irritabilidade frequente.
- Reclusão familiar.
- Interesse excessivo em temas adultos.
Especialistas recomendam observar esses sinais e buscar ajuda profissional, se necessário.
Como proteger as crianças
Evelyn Eisenstein defende a criação de políticas públicas e leis para a proteção dos jovens no ambiente digital, como o PL 2628, que já foi aprovado no Senado.
Plataformas como YouTube e Meta afirmam ter políticas para proteger a segurança infantil, mas também é vital que pais tomem precauções ao compartilhar conteúdo sobre seus filhos nas redes sociais.
Dicas incluem:
- Evitar exposição excessiva nas redes sociais.
- Controlar o tempo de uso de dispositivos.
Pais devem incentivar atividades fora das telas, permitindo que crianças explorem o mundo real.